PANCs: a natureza oferece muito mais do que você imagina!

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Como escreveu Shakespeare, “Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.” Dentre essas coisas, estão as PANCs – plantas alimentícias não convencionais. Uma infinidade de espécies que poderíamos estar consumindo normalmente, mas que, por falta de informação ou hábito, deixamos passar despercebidas.

Somos ainda muito conservadores em relação à comida, repetindo a mesma dieta, às vezes, por toda uma vida. Existem milhares de plantas com alto valor nutricional que já poderiam estar em nossa mesa há tempos, é só ter a curiosidade e a ousadia de experimentá-las!

Consumo das PANCs

As PANCs são partes das plantas que podem ser consumidas in natura ou preparadas pelo homem, como frutos, folhas e sementes, entre outros.  Além das ‘partes de plantas não convencionais’, também trata das ‘partes não convencionais de plantas comuns’, como por exemplo o uso das folhas de batata-doce e do coração da bananeira na alimentação. As PANCs podem complementar a alimentação, diversificar as dietas e os nutrientes ingeridos e gerar novas fontes de renda, através da venda de partes das plantas ou de produtos como pães e geleias, e através do turismo.

Segundo pesquisas, existem 35 mil espécies com potencial comestível, e hoje quase que toda a nossa comida (90%) vem de somente 20 delas. Além disso, é sabido que 25% da flora de qualquer bioma podem ser consumidos, desfazendo o mito de que existem regiões pobres em alimentos.

As plantas alimentícias não convencionais já têm feito até a cabeça dos chefs, que levam espécies como beldroega e sálvia-peixinho para os menus de hotéis, pousadas e restaurantes.

No livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, dos autores Valdely Kinupp e Harri Lorenzi, você encontra 351 espécies de PANC (nativas e exóticas, espontâneas e cultivadas) com fotos para identificação, dados botânicos, uso geral e culinário e receitas. Vale a pena explorar as muitas possibilidades!

Exemplos de espécies de PANCs

Peixinho – A folha, cheia de pelinhos, ganhou o nome por conta do seu formato. Também conhecido como lambari-da-horta, é usado para chás e empanado, como aperitivo. Vai bem em climas secos.
Espinafre malabar – Espécie que rende, além das folhas, frutinhos de pigmento roxo intenso.
Maracujá-do-mato – Menor que o maracujá comum e de casca mais alaranjada, ele tem aroma e sabor um pouco mais adocicado. Tem sido reconhecida como produto de forte identidade cultural com o bioma Caatinga. Dá suco, geleia, doce e até molho para carnes.

PANCs no Silabas 2016

Um dos pesquisadores e coautor do famoso livro sobre as PANCs, Valdely Kinupp, esteve em Nova Friburgo, em 2016, participando do Silabas, no Festival da Sustentabilidade. Essa palestra interessantíssima está disponível em nosso site!

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