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Você sabia que a diversidade de alimentos que você encontra em feiras e mercados de alimentos está diretamente relacionada à segurança e Soberania Alimentar? Poucas pessoas sabem da importância da defesa da Soberania Alimentar e da valorização do Pequeno Agricultor.
Saiba mais sobre o assunto
A Soberania Alimentar é um princípio essencial para a garantia de segurança alimentar e nutricional. Diz respeito ao direito dos povos ter autonomia sobre o que produzir, para quem produzir e em que condições produzir.
A Soberania Alimentar é a via para se erradicar a fome e a desnutrição. E também, para garantir a segurança alimentar e sustentável para os povos, e a valorização do pequeno agricultor.
Entenda o cenário atual
Há uma crescente pressão político-econômica-capitalista a favor da agricultura industrial. Principalmente no Brasil, com o apoio da bancada ruralista.
Os graves problemas socioambientais causados por esse tipo de agricultura em escala industrial, parecem não ser levados em consideração.
A produção em escala industrial traz uma variedade de problemas. Entre eles, problemas ambientais, sociais, econômicos. Inclusive um alto impacto negativo á saúde publica, à qualidade dos alimentos e do clima nos locais onde é exercido esse tipo de manejo insustentável.
Além de graves danos à biodiversidade.
Na escala industrial, dá-se prioridade à monocultura e cultivos transgênicos e aos cultivos de agro combustíveis. Como exemplo, a cana-de-açúcar, o milho, a soja, e eucalipto, que são os grandes responsáveis por processos de desertificação.
Por que a Soberania Alimentar é uma urgência?
Esse tipo de cultivo, é potencialmente severo e impõe enormes danos à soberania alimentar, além dos impactos econômicos, sociais e ambientais a longo prazo.
Os riscos incluem: maior frequência e severidade de secas, perda de nascentes e cursos d’água, perda significativa de biodiversidade, contaminação do solo e água pelo uso de agrotóxicos, frequência de áreas com zonas de calor excessivo, o que pode também limitar significativamente outras áreas de produtividade agrícola, onde o pequeno agricultor exerce seu trabalho.
Isso nos traz a um cenário onde se torna a luta pela soberania alimentar e valorização do pequeno agricultor uma urgência.
Perigo para o Pequeno Agricultor
Além de todos os problemas graves já mencionados, são causados também muitos transtornos referentes a sustentos rurais do pequeno agricultor e também dos povos tradicionais.
Dada a penetração dos cultivos transgênicos, o cultivo dos povos tradicionais podem ser alterados por qualidades transgênicas, fazendo com que a soberania alimentar desses camponeses esteja ameaçada.
Isso faz com que os riscos ao pequeno agricultor aumente, e esses poderão perder sua capacidade de produzir e o direito por soberania alimentar.
Com isso, grandes empresas continuam sendo beneficiadas, em detrimento dos trabalhadores rurais.
A importância da valorização do pequeno agricultor e da segurança alimentar
É crucial proteger áreas da agricultura camponesa. É necessário proteger essas áreas da contaminação dos cultivos de organismos geneticamente modificados e da ameaça de perda da soberania alimentar.
A nível Global, esse tipo de cultivo já mostrou não ser sustentável. A monocultura causa danos ao meio ambiente, aos agricultores e todo restante da população, colocando quem produz e quem consome em risco.
Descubra as soluções
Diante da tendência mundial de desertificação planetária devido à maneira insustentável de se fazer agricultura, um tema especial ganhou atenção nas ultimas décadas: os sistemas de produção baseados na agroecologia.
Diversos estudos demonstram que o cultivo agroecológico pode mudar completamente o cenário atual.
Além contribuir positivamente para a soberania alimentar também contribui para a valorização do pequeno agricultor. O cultivo agroecológico garante a conservação da biodiversidade e desenvolvimento econômico de diversas regiões.
A ciência da agroecologia vai muito além da agricultura. É um movimento holístico de valorização de todos os seres vivos. Portanto, engloba diversos assuntos relacionados à economia, nutrição, filosofia, design, práticas ancestrais de vivência com a terra, comércio e consumo, entre outros.
Quando se trata do cultivo, a agroecologia pode ser definida como a aplicação de conceitos e princípios ecológicos para o desenho e manejo de agro ecossistemas sustentáveis, proporcionando a valorização da complexidade dos sistemas vivos que compõem uma agricultura.
Esse método baseia-se em melhorar a qualidade do solo para produzir plantas sadias, através de sistemas biodiversos.
A Soberania Alimentar e cultivo agroecológico são mais produtivos
Os pequenos cultivos agroecológicos, são mais produtivos e conservam os recursos que, ao contrário da monocultura, tira todo potencial de vida do solo.
Ainda que os responsáveis por modelos convencionais vigentes afirmem que pequenos produtores são um modelo atrasado, a comprovação prática mostra que as pequenas áreas de produção podem ser bem mais produtivas que as monoculturas, como é o caso das agroflorestas.
Entre tantas vantagens que cultivos agroecológicos trazem, o cultivo agrícola diversificado, além de produzir mais comida, tem, sobretudo, rendimentos mais altos por hectare.
Portanto, no fechamento da conta, pode-se concluir que de uma maneira geral, que a sociedade estaria bem melhor estruturada com o trabalho dos pequenos agricultores. Solo saudável, comida e população também saudáveis.
Soberania alimentar: Produção e consumo
O desenvolvimento da agricultura sustentável requer mudanças estruturais e políticas significativas. Para isso, os movimentos individuais e sociais têm um papel necessário.
Como consumidores, devemos: reivindicar as regulamentações que, atualmente, principalmente no Brasil, impedem o desenvolvimento agrícola sustentável e também apoiar a valorização do pequeno agricultor, comprando sempre que possível diretamente de quem produz.
Somente mudando o cenário do modelo industrial será possível frear os graves problemas já instituídos, como o crescimento da pobreza e da fome, desvalorização e baixo salário dos agricultores, êxodo rural, degradação ambiental, aumento de doenças, entre tantos outros já mencionados.
Os movimentos que abraçam o conceito da soberania alimentar têm grande valor, como uma alternativa ao modelo que apenas visa lucro desde os ciclos de produção até o consumo.