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Dia 03 de dezembro é comemorado o Dia Mundial da Luta contra os Agrotóxicos.
A história da data escolhida, é devido ao fato de que neste mesmo dia, no ano de 1984, 8 mil pessoas morreram e 150 mil ficaram intoxicadas em Bhopal, índia, devido a um vazamento em um tanque subterrâneo de uma fábrica de agrotóxicos.
Neste dia, é comemorado O Dia Mundial da luta contra agrotóxicos, mas os brasileiros não têm motivos para comemorar. Porque o Brasil dispara na frente no uso de venenos agrícolas.
Enquanto há flexibilização de normativas e diminuição da proteção ambiental, “a boiada” do agronegócio avança a cada dia.
Com a política ambiental do governo atual, toda a população sofre ameaças severas em relação à proteção sanitária e ambiental devido ao uso de agrotóxicos.
Entenda mais sobre agrotóxicos
Mas, para lutar contra os agrotóxicos e contra o agronegócio, é necessário informação.
Agrotóxicos são substâncias químicas de uso agrícola ou doméstico que tem como objetivo matar organismos indesejados. O manejo agrícola busca atacar esses organismos para buscar corrigir o desequilíbrio ecológico que ocasionou o surgimento desses elementos indesejados.
Correção esta que é um erro fatal, pois não age diretamente na causa do desequilíbrio, como aumenta a variedade de problemas relacionados à este.
Os agrotóxicos podem causar diversos efeitos sobre a saúde, sendo muitas vezes fatais. Classicamente tais efeitos são divididos em intoxicação aguda e intoxicação crônica.
Os agrotóxicos causam também danos graves à natureza, como contaminação de cursos d’água e lençóis freáticos e perda de biodiversidade.
Política perigosa e que não Luta contra Agrotóxicos
No primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, tendo o Ministério da Agricultura sob comando da ministra Tereza Cristina, o país bateu recorde na liberação de agrotóxicos.
A justificativa do governo é que os agrotóxicos são produtos essenciais para a prevenção do controle de pragas e doenças. Mas, para bons entendedores de Agroecologia, essa justificativa não é verdadeira e é completamente desnecessária.
Essa justificativa, serve apenas para suprir interesses políticos e econômicos. E, para fortalecer a união com grandes corporações que lucram com o pacote de veneno.
Agrotóxico tem efeitos prejudiciais e podem levar a morte
Nesse contexto, o estímulo ao uso de agrotóxico no Brasil pode ser considerado gravíssimo. De acordo com informações do DataSus, cerca de 700 pessoas morrem, por ano, devido ao contato direto com agrotóxicos.
Segundo o Ministério da Saúde, só no ano de 2017 cerca de 14 mil pessoas foram intoxicadas.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) já alertou a sociedade brasileira sobre os efeitos prejudiciais dos agrotóxicos, tendo em vista o aumento das doenças no país.
Danos irreversíveis
A falta de critério na liberação dessas substâncias juntamente à falta de informação à população, pode causar danos irreversíveis e potencialmente graves à saúde humana.
O uso de agrotóxicos atinge indiretamente os consumidores e diretamente os trabalhadores rurais .
O uso desses insumos contamina lençóis freáticos e matas nativas. E também, plantações de pequenos agricultores que resistem no plantio sem o uso de agrotóxicos.
Negligência e falta de políticas públicas na Luta contra Agrotóxicos
Os impactos à biodiversidade e à saúde humana têm sido negligenciados.
A contaminação dos recursos ambientais passa a ser uma realidade que ameaça a qualidade de vida das presentes e futuras gerações. Essa ameaça existe em prol do “desenvolvimento econômico” que privilegia apenas culturas cultivadas em larga escala, destinadas prioritariamente à exportação.
Enquanto a população se intoxica e é negligenciada, grandes corporações produtoras de agrotóxicos continuam enriquecendo. Até quando?