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O elevado grau de industrialização que o mundo sofreu desde o início da revolução industrial faz com que seja necessário estar mais atento à origem das coisas e funcionamento dos sistemas que criamos, de uma casa a uma organização ou ecovila.
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Vídeos da semana da Permacultura do Instituto Pindorama
O sistema linear de extração de matéria-prima, processamento, consumo e descarte passou a ser altamente discutido a partir do vídeo que se tornou viral nas redes sociais chamado “A história das coisas” em que se questiona também o uso de produtos químicos tóxicos em coisas que usamos no dia-a-dia. Inofensivos brinquedos podem estar contaminados com bisfenol-A e outros tipos de toxinas provenientes de polímeros ou tintas industriais. Vernizes e tintas usadas nos móveis, estrutura e paredes das salas de aula, quartos de hospitais e em nossas casas e apartamentos emitem compostos voláteis orgânicos por meses após a aplicação, sendo estes inalados por crianças e todos nós, sendo a origem de dores de cabeça, problemas respiratórios e alérgicos, e outros problemas de saúde.
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O ato de lavar roupas que também era realizado pelas mães com o sabão, agora foi mecanizado através do uso da máquina de lavar, que é sem dúvida de grande utilidade nos dias corridos que temos, porém o sabão em pó e amaciante de roupas contém muitos produtos que podem ser nocivos à saúde ou causar alergias. Até o ato de preparar o alimento para os filhos também acabou sendo terceirizado para as indústrias resultando nos pratos congelados preparados no micro-ondas. Mesmo que se cozinhe os alimentos, o processo de industrialização modificou tanto nossos hábitos que não nos damos conta que podemos estar contaminando alimentos com utensílios inadequados, como o caso das panelas de alumínio e recipientes plásticos.
O alimento em si também sofreu drásticas transformações desde o início da sociedade de consumo. Hoje ter acesso a um alimento não-transgênico e livre de agroquímicos tornou-se um dádiva restrita a apenas duas parcelas da população mundial: as comunidades isoladas que ainda mantém suas ancestrais tradições de cultivo e os consumidores de classe média que podem pagar e ter acesso a estes alimentos.
Hoje não importa qual seu status social, na maioria dos casos você vive em uma casa tóxica e cria um ambiente tóxico e desequilibrado ao seu redor, que exige alta demanda de energia externa para se manter. Mesmo com muitos avanços nos métodos construtivos e na arquitetura, muito pouca atenção ainda é dada para a “inteligência” dos imóveis construídos e muitas vezes sequer durante uma graduação de arquitetura há um estudo mais aprofundado em conceitos essenciais para melhor aproveitamento de águas cinzas, uso de materiais com baixa energia incorporada e outros fatores essenciais para um novo paradigma em arquitetura e urbanismo realmente sustentáveis.
Para que este sistema, que podemos denominá-lo de Sistema Totalitário Mercantilista, que hoje domina todas esferas de nossa cultura, seja transformado numa nova organização social, a educação aliada a uma metodologia de gerenciamento de energia e recursos torna-se um caráter de extrema urgência. É aí que entra a Permacultura. Qualquer que seja seu objetivo, construir ou tornar sua casa sustentável ou gerar economia e obter rendimentos para sua organização, a permacultura propõe uma série de princípios que podem ajudar a trazer todos estes benefícios somados a um aumento em sua qualidade de vida.
A Permacultura foi desenvolvida na Austrália no final da década de 70, pelo cientista Bill Mollison em parceria com seu aluno David Holmgren resultando em uma tese acadêmica que foi testada e vivenciada por ambos a partir da criação e desenvolvimento de pequenos sistemas produtivos organicamente integrados.
O nome faz uma relação a “cultura permanente”, associando práticas ancestrais às tecnologias apropriadas da ciência moderna a partir da elaboração, implantação e manutenção de assentamentos humanos sustentáveis. O projeto permacultural resulta na integração harmoniosa entre as pessoas e a paisagem, provendo alimentação, energia e habitação, dentre outras necessidades, de forma orgânica.
Hoje muitas organizações, casas, condomínios e propriedades rurais vem incorporando a metodologia de design em permacultura para conceber os espaços utilizados para que as ações de cuidado com o planeta sejam algo tão corriqueiro como a limpeza dos banheiros. Precisamos tomar consciência de que é responsabilidade de todos nós questões como resíduos, uso consciente dos recursos e as consequências de nossos hábitos e seus impactos no meio ambiente.
Algumas hipóteses levantadas no livro “Permacultura Um” de Bill Molinson são consideradas fundamentais e servem de embasamento para o design permacultural:
– O homem está sujeito às mesmas leis científicas que governam o mundo material
– A extração de combustíveis fósseis durante a nossa atual era industrial é considerada a raiz da grande explosão de crescimento populacional, tecnológico e das características da sociedade de consumo.
– A crise ambiental é real e de uma magnitude que certamente impactará a nossa sociedade de forma sem precedentes, colocando em risco a qualidade de vida e a sobrevivência de toda espécie humana.
– Os impactos desta sociedade industrial e do crescente número de seres humanos impactam a biodiversidade do planeta muito mais que as sociedades precedentes nos séculos anteriores.
– O esgotamento inevitável, e já previsto em vários livros sobre o pico do petróleo, dentro de algumas gerações, resultará num retorno gradual a prática e cultura de sociedades pré-industriais baseadas em recursos e energias renováveis.
Logo, a permacultura é baseada na hipótese de uma progressiva redução por parte da sociedade, do consumo de energia fóssil e recursos finitos e uma inevitável redução no crescimento da população humana. O fundamento conceitual e científico desta hipótese baseia-se em diversas fontes e David Holmgren cita o trabalho do ecologista norte-americano Howard Odum como umas de suas principais fontes de estudo.
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Princípios Éticos da Permacultura
Estes princípios atuam como um freio para os instintos egoístas de benefício próprio do indivíduo ou de um grupo (uma organização, cidade, nação, etc) proporcionando uma visão mais inclusiva e uma visão de longo prazo das consequências de nossas ações. Os três princípios éticos que governam a permacultura são:
Cuidado com a Terra (solos, florestas, água, ar, animais, meio ambiente…)
Cuidado com as pessoas (cuidar de si mesmo, parentes e comunidade)
Partilha justa (estabelecer limites para o consumo e redistribuir os excedentes)
Se estes três princípios forem adotados por qualquer empreendimento humano, haveria um equilíbrio ecológico e abundância para todos.
Conhecendo o poder desta metodologia e o potencial de nosso país, o Instituto Pindorama vêm buscando capacitar cada vez mais pessoas nesta área pois entendemos que somente através do empreendedorismo social aliado a uma visão permacultural poderemos ver uma mudança verdadeira em nosso país. Saiba mais sobre nossa próximo Curso de Design em Permacultura: http://pindorama.org.br/eventos/pdc-curso-design-permacultura/